Capítulo 4 - Arfar
...Quando entrei na Rua da República, senti um arrepio percorrer minha espinha e os pêlos dos meus braços se eriçarem. Olhei para os lados, mas a rua estava deserta e quieta, não havia uma viva alma.
Entrei no estacionamento, desliguei o motor do carro e o silêncio invadiu a noite, não se podia ouvir nada a quilômetros de distância.
Respirei fundo e desci do carro com a sensação de estar sendo observada, fiquei ofegante, corri para a porta da cozinha e vasculhei minha bolsa tentando achar as chaves.
O ar estava pesado, eu podia sentir isso, um cheiro estranho que eu não pude identificar invadiu minhas narinas...
Capítulo 5 - Indelével
...Ele abriu um sorriso e dentes muitos brancos reluziram na penumbra da cabana.
Num único gesto, ele tirou sua camiseta e a torceu.
Seu perfume novamente inundou o ar e eu me senti totalmente tonta, mole, como se uma fadiga muito grande tomasse conta de mim.
Olhei para seu rosto e gotas ainda pingavam do seu cabelo escorrendo pelo seu rosto, algumas morrendo em seus lábios e outras se perdendo para dentro de suas calças.
Ele jogou a camiseta no ombro e eu fiquei paralisada vendo seu dorso nu...
Capítulo 6 - Súbito
...Fiquei de boca aberta, totalmente paralisada quando vi na foto, bem atrás de mim, uma figura esguia; era somente um vulto, como se tivesse sido fotografada em movimento.
- Estava revelando-as quando isso me chamou a atenção - Giulia voltou a apontar para a foto.
- No princípio, eu achei que era uma mancha, um defeito, talvez, mas, não! - ela franziu a boca.
- Isso estava lá.
- Estava em movimento, aliás, em um grande movimento, uma vez que minha câmera é capaz de fotografar até um gueopardo em grande velocidade que sairia perfeito - Giulia falou num sussurro debruçando-se sobre a mesa...